Que aflua Amor aos corações dos Homens
Que Cristo volte à Terra”
(Excerto de A Grande Invocação http://yhiolascalata.blogspot.com/2008/09/grande-invocao.html)
O Coração de cada um de nós é uma Manjedoura.
Que a encontremos cheia neste Natal e em cada dia da(s) nossa(s) vida(s).
Que saibamos abraçar a nossa humanidade, com humildade e compaixão, e ao mesmo tempo deixar-nos fecundar pelo Divino, para então parirmos o nosso Eu Autêntico.
Que nasçamos/sejamos por pleno direito filhos e filhas de Deus e da Vida.
Assim Cristo chega à Terra.
Assim abraçamos a Graça de O servir.
Assim vivemos o Céu na Terra.
Sim, permitam-me partilhar convosco o que penso e sinto, ainda que não sejam novidades, nem muito novas formas de as dar, sabendo que vou brincar com ternura enquanto falo e que falo muito, mas muito a sério. Sim, também falo muito, e agora "estiquei-me"! Mas conto que gozarão da liberdade de sequer ler, ler na diagonal ou simplesmente interromper a leitura se os “olhos” ficam fartos – e a “barriga” nem por isso. Afinal falo aqui precisamente da alegria do amor e da liberdade, e as prendas não seriam verdadeiras prendas se não respeitassem a liberdade de serem ou não recebidas, sem pôr em causa o amor - que esse não precisa de prendas, nem de as dar nem de as receber, de tão feliz que é por simplesmente ser! E no fundo tudo se resume a desejar-vos/nos o melhor da vida e de cada um de nós!
Desta maneira, que é tão minha, renovo a minha reflexão e prece ou votos, para mim, para ti, para nós, neste Natal, em 2012 e em cada Instante de Vida!
O nosso coração é como a manjedoura que aninhou Jesus, conforme reza (ia dizer conta, mas parece-me que “reza” é melhor e “bendito”) a história.
A maior parte de nós, passa a primeira fase (se não toda) da nossa vida a sentir a manjedoura vazia, sem palhas, nem burros, nem sagrada família, quanto mais Cristos; ou, pior ainda, em fuga desesperada em busca de um estábulo ou gruta disponível para se refugiar dos Herodes que por ai correm. Sim, pois aprendemos a acreditar que a Vida é madrasta e Deus um pai tirano, e sofremos, fugimos, revoltamo-nos ou ressentimo-nos pelo frio, medo, raiva, frustração e culpa - que é tão pesada que é redimida com dor e sangue o que claro, gera mais culpa… Curioso… como se não bastasse o frio, o medo, a raiva, a frustração e a culpa per si, ainda criamos e cultivamos um sofrimento extra, uma fuga extra, uma revolta extra e/ou um ressentimento extra em relação a tudo isso! E em vez de procurarmos libertarmo-nos desses extras pesados e sufocantes, orgulhamo-nos deles e cultivamo-los como se o sofrimento, a revolta e o ressentimento nos envolvessem (e insuflassem) uma "aura" de dignidade ou mesmo de poder! E quando conseguimos receber um raio de sol através dessa cortina ou muralha insuflada, quantas vezes resistimos a sorrir, insistindo na birra e cara fechada porque “o meu brinquedo partiu (foi roubado, perdi, nunca tive, etc) e eu só quero isso e NADA o pode substituir!!”!? Quem dera neste natal, @ menin@ (jesus, francisco, manuela...) nascesse em cada coração e, por favor, crescesse, com sabedoria! Sim, ou por outras palavras, que a mãe/pai que o pariu se deixasse amadurecer na sua presença, desarmando-se e fortalecendo-se, sendo un@ com ele!
- Mãe/pai?!... Sim, mãe e pai simultaneamente! Todos temos um lado masculino e um lado feminino e, independentemente da nossa orientação sexual, está na hora de desenvolvermos ambos os aspectos da nossa energia, de forma harmoniosa!
Como desejo que todos os bebés deste mundo tenham sempre um lugar seguro onde nascer e toda a palha, cobertas, tectos, leite, brinquedos, sossego, amigos reis e amigos burros, e o alento e colo quente de que precisam para estarem quentinhos e aninhados e confortáveis e contentes e sentirem-se benvindos!
– Bolas, quem dera que nascessem sempre numa família assim, como a de José e Maria, que recebe Jesus de braços abertos e peito mais aberto ainda, mesmo quando as más línguas são deflagradas por supostas ilegitimidades, ou a conjuntura política, outra crise, implica que o nascimento não aconteça na (aparente) melhor hora.
Não é preciso ser católica para ficar comovida pela coragem e fibra deste casal, pela sua capacidade de reconhecer e acatar a mensagem dos anjos, na hora que é a melhor por ser a presente, pela sua capacidade de permanecer humildes e humanos, pela sua capacidade de dar o melhor de si para superar todo o medo e dificuldades (bem) concretas para acolher o filho de Deus, com verdadeiro Amor e Alegria e, atrevendo-se até a sentir confiança!
Podemos ansiar por um estábulo bem pintado, uma manjedoura bem torneada, palhas bem secas e fofas, cobertas macias e lindas, uma carpintaria próspera e criativa, prateleiras e peças de design - assinadas pelo carpinteiro, rotinas fáceis e rápidas, todos os electrodomésticos da última geração, transportes reluzentes (já agora que sejam "verdes" se não são colectivos, e que os burros sejam bem cuidados e felizes!)… Sem dúvida facilitam-nos a vida, e quem dera todos tenham tudo o que (realmente) precisam.
Mas fazer dessa ânsia a missão de vida, é permanecer descontente, vazio e triste (sem falar de fazer o mundo mais vazio, feio e morto, pelo esgotar dos seus recursos e pelas desigualdades cultivadas no mundo, mas deixo isso para outra quadra). E tanto podemos consumir o que quer que seja, como fazer mil e uma coisas, ou ainda alienar-nos com mil e um dopings (jogos e tv incluídos) para disfarçar esse mau estar, que é garantido que ele piora, pois não é (só) disso que temos fome.
Experimenta tentar "matar" a fome com açúcar, com trabalho, com borgas, com exercicio físico, com compras, com conversas, com abraços, com elogios, com ronhas, com passeios, com músicas, com filmes e/ou indo dormir durante dias - consegues disfarçar a fome durante algum tempo, tornando o apetite "dormente", e até podes sentir satisfação "substituta"; contudo, se és saudável o apetite acaba por acordar e meter-se bem diante dos teus olhos, persistente e extremamente exigente: "preciso de comer!" - quantas vezes surge até com a "legenda" sobre qual o alimento ou nutriente de que carece (frutas/vitaminas, etc); e se por alguma razão a inanição persistir, o apetite acaba por desistir e com isso a necessidade de comer parece desaparecer - ironivamente, o corpo está tão faminto que auto-digere-se, debilitando-se, até que, com o agravar da situação, morreria se tentasse ingerir o prato mais saudável e nutritivo (sem ajuda especializada).
É (demasiado) fácil alhearmo-nos das nossas verdadeiras necessidades, e é fácil (demais) passar anos e anos da nossa vida sem perceber que estamos (demasiado) famintos. Mantemo-nos então perplexos com o nosso cansaço, colapsos, niveis de ansiedade, insatisfação, medo, desconforto... correndo a "matá-los" também...
Exemplo: Há quem mate o apetite de amor, tentando ingerir (re)conhecimento, e quem mate o apetite de (re)conhecimento, tentando ingerir amor. Pois fome de Amor, Conhecimento e Reconhecimento TODOS temos. Mas atrevo-me a dizer que são raros aqueles que apaziguam cada apetite com o nutriente que o pode de facto saciar, que o busque dentro ou fora de si... E a fome é demais, mas uma vez que o apetite é demenos, busca-se ainda mais de substituto (que acaba por enjoar) e o vazio de mais vazio alimenta-se! Sentimo-nos sozinhos e emaranhamo-nos cada vez mais na multidão em busca de calor, destaque ou festas e/ou afastamo-nos da multidão por sentirmo-nos esmagados por ela de tão vazios, diferentes ou inexistentes .
Bom talvez nunca te tenhas sentido assim nem feito nada disto que aqui descrevo... mas, só assim como quem não quer a coisa, queres experimentar olhar para dentro outra vez? Não precisas contar a ninguém - eu garanto-te que não conto! Mas aviso-te que talvez te surpreendas com a vontade que por vezes surge, depois de nos auto-denunciarmos, de nos "desbroncarmos" perante os outros e com os outros!
Estou certa de que houve pelo menos um momento da tua vida em que, para ser séri@ e absolutamente sincer@ terias que admitir para ti própri@: “tenho tudo o que supostamente preciso (segundo dizem e tu acreditas), e ainda assim sinto que falta alguma coisa para que a minha vida faça sentido”.
E em que momento na vida, sentiste um amor e uma alegria tão profunda que sentias-te feliz e realizad@, ainda que sem ter tudo, ou nada do que supostamente deverias ter para ser feliz?!
Convido-vos a reflectir nisto... a investigar o que faltava ali, o que havia aqui... sejam curiosos e investiguem-se! É tão bom aprendermo-nos, e não há nada de egoista nisto, pois quando aprendemo-nos, damos o melhor de nós próprios ao mundo, e podemos receber melhor os outros, aprendendo-os também, com menos enganos! Seria a melhor prenda que se ofereceriam! E seria a melhor prenda que me ofereceriam!
- ah, não era suposto eu pedir-vos prendas, que barraca! Adiante.
Não duvido de que quando Cristo, a tal criança é aninhada na manjedoura do nosso peito, nós que o parimos, anunciámos, acalentámos e servimos, e mantemos vivos os votos de o continuar a fazer em cada momento, com toda a nossa boa vontade, humildade e humanidade, sentimos uma alegria tão grande e de tal modo abençoados que a vida é grata! Sabemos qual a nossa direcção, qual o caminho. Teremos desafios, mas sabemos que são os desafios correctos, e aprendemos a seleccionar esses mesmos, os desafios que nos aproximam mais de nós própri@s e da vida, do Amor, da Sabedoria, da União…
Sentimo-nos sempre acompanhados, tanto quando apreciamos a nossa própria companhia como quando apreciamos a companhia dos outros. A companhia ganha um novo sentido, mais profundo, mais intimo e mais livre.
E a coragem também ganha um novo sentido, pois agora o que mais queremos é a graça de fazer o que essa criança divina, ou a nossa Alma, o nosso Eu Transpessoal, nos pede. E sabemos que é SEMPRE pelo NOSSO BEM MAIOR E PELO BEM MAIOR DE TODOS, logo, como não sentirmo-nos felizes de o cumprir? E quão realizados sentimo-nos por fazer parte dessa irmandade visivel e invisivel de servidores do mundo? E uma vez que sentimos que é por ali, com aquela qualidade de verdade e emoção no peito que são sinal inequívoco de estarmos diante da mensagem divina, ainda que não vejamos anjos quanto mais arcanjos, o medo não atrapalha – aliás, mais assustador seria não ir por ali! Não porque um olho “celeste” vai-nos castigar terrivelmente e eternamente pela desobediência e pecado, mas porque perdermos essa oportunidade de nos cumprirmos.
Claro que quando “a voz” nos diz para abraçarmos algo que sentimos como uma cruz terrivelmente pesada e dolorosa, temos medo e sofremos durante certo tempo, talvez até nos sintamos abandonados por Deus. É legitimo que assim seja, somos humanos, e isso fará parte da nossa jornada. Mas a dolorosa e também promissora história da ressurreição, ou a Noite Escura da Alma, arremete-nos para outra quadra. Fiquemos com o nascimento agora. E com o nascimento, vem a alegria de servir! A manjedoura não podia estar mais cheia. O coração alimenta e deixa-se alimentar.
Enquanto Cristo não nasce e instala-se permanentemente na manjedoura do nosso peito, temos a benção de o sentir ali de vez em quando. E cabe-nos o trabalho de perseverar, até que a transição, ou o parto, esse momento que nascemos filhos e filhas de Deus e da Vida, seja concluido! Para continuar a trabalhar, como agentes de Deus/Vida!
A vida protege quem ajuda a vida a ser mais viva. Não lhes falta alimento, calor nem oportunidades, pois a vida precisa desses agentes de vida e da sua evolução!!
E os agentes de vida, são tão mais poderosos como agentes vivificadores (curadores, sábios, etc), quanto mais vivos forem. E claro, quanto mais vivos forem, mais protegidos são, e mais co-criadores são.
E sabes o que significa ser muito vivo, ser realmente VIDA? Pois, eu também não! Mas estou a descobrir, tal como tu, espero, e quero continuar e aprofundar esta experiencia de entrega e investigação! E esta descoberta está a ser incrível! Estou a descobrir que ser muito viva, significa ser muito receptiva à vida, a deixar-me amar, viver e vivificar pela vida, e ao mesmo tempo amá-la, abraçando-a e emaranhando-me nela profundamente, participando nela com todo o meu ser. Contribuindo com o que sou e tenho a oferecer-lhe. Admirando a sua beleza e diversidade e ordem. Inspirando e expirando, receptiva e activa, pulsando, mantendo-me centrada e unida a tudo o que existe e a tudo o que eu sou, ao mesmo tempo.
Nem sempre consigo alcançar este estado, e quando consigo é quase acrobático manter-me assim, ainda que o constatando, durante um pouco mais de tempo desta vez, enquanto o tempo não é linear... Ah, até voltar à condição "normal", levando comigo essa experiência, insights, amor, sabedoria e procurando pô-los na pratica, apesar dos esforços das minhas resistências em manter-me no estagnado (e faminto) estado de "mesmice"... procurando conhecê-los e superá-los de facto, retendo-me de vez em quando... até procurar o que me dá "balanço"... Ainda tenho que aprender muito, tanto, tanto... mas é maravilhoso de facto, e é maravilhoso que seja real!
Quem vive deixando-se realmente viver pela vida, é denunciado pelos "olhos amorosos e brilhantes"! Nunca viste olhos assim? É tão bem dito quando lhe atribuem "presença de espirito"! Não apetece estar junto de pessoas com os olhos assim? E olhar, conversar, aprender e fazer coisas em conjunto? Para quem vive tanto, em número de anos sim, mas refiro-me à qualidade deles, o tempo não atrapalha a lucidez, o "reumático" parece passar ao largo do corpo, e cada momento vivido traduz-se em experiencia, amor e sabedoria. E não é o analfabetismo que impede a partilha de sabedoria. O estudos são importantes, claro, mas há uma ligação profunda e directa a uma "base" de conhecimento que só aprendemos quando sabemos viver e ser vividos pela vida, e quando Nos conhecemos tão intimimamente que conhecemos intimamente a Vida também, pois reconhecemo-La em nós e sabemos que somos Vida.
Quando for velhinha espero ter os olhos assim - não esperas também os ter?
O que nos impede de ser vividos e de viver plenamente? Creio mesmo que são os nossos preconceitos e os nossos "nãos", ou seja o que eu não quero viver/ser! O que eu não quero, e por isso luto ou fujo ou manipulo ou escondo-me e finjo-me de mort@, para não ser obrigado a ver, aceitar, sentir, largar, descontrair, acreditar, conceber; o que eu não estou disponível para perceber sequer que está à minha disposição quanto mais considerar receber, pois estou demasiado envolvid@ com o meu próprio umbigo ou com o umbigo de alguém!
Tudo isso que nego, na vida, nos outros e em mim próprio fica ali, no escuro, num verdadeiro buraco negro que drena vida e energia, de mim e dos outros à minha volta. Nos momentos de crise, ou seja, nos momentos em que acontece ou receamos que aconteça alguma experiência dentro e/ou fora de nós (o que eu não quero ser, sentir, pensar vs. o que eu não quero que me aconteça...), enrolamo-nos sobre o nosso umbigo e entramos nesse buraco negro - um buraco negro feito da própria dor e medo e raiva que gerámos na luta desenfreada para não entrar nessa experiência da vida, dentro e fora de nós! A dor, raiva e medo a que chamei lá em cima de "extras", juntamente com todas as crenças deturpadas e decisões de que já nem nos lembramos de ter tomado, e que esforçamo-nos por não lembrar. A dor, raiva e medo por estarmos a morrer de fome sem perceber porquê pois o nosso apetite está moribundo. A dor, raiva e medo por estarmos conscientes do nosso apetite (e fome) mas não querermos pagar o preço de o saciarmos - quanto mais não seja porque estamos com dor, raiva e/ou medo demais.
Contraimo-nos, deixamos de respirar, anestesiamo-nos, manipulamos, distraimo-nos...
E a questão é que nós deliberadamente alimentamos estes "buracos negros"... Nós passamos a vida a fugir da vida e tentar controlá-la e depois ainda queixamo-nos! Está tudo certo, faz parte do processo.
Mas também faz parte do processo um dia aprendermos e praticarmos a capacidade de aproveitar os movimentos de contracção da vida, essas crises, para "apanharmo-nos" no vórtix de um buraco negro que criámos no esforço de fugir à experiência do presente e experiências análogas do passado, para então, desta vez, aliviar a força magnética desses buracos negros! Que é como quem diz: depois de reagimos a uma situação qualquer, interior ou exterior, que nos desagrada e com a qual não queremos lidar, desatamos a "estrebuchar" (buraco negro); se praticarmos e desenvolvermos o observador interno (que poderemos aprender através da práticas meditativas (induzidas ou espontaneas - como durante uma corrida matinal ou a lavar a louça -, terapias, etc., e começar a aplicar conscientemente em cada instante que vivemos) poderemos cada vez mais precocemente darmos conta de que reagimos a essa situação e que estamos "agora" a "estrebuchar" (até ao dia em que, pelo menos essa(!) situação já não nos faz "estrebuchar"). E nesse momento, vamos aliviar a força desse aperto (e com isso aliviamos a força de apertos posteriores). Como? Começando por descontrair o que nos dói, deixando de lutar para fugir à experiência interna e/ou externa e à sua sensação.
Como o Harry Potter e companheiros, que só podiam aceder à câmara dos segredos depois de cair sobre uma planta mágica com folhas "tipo tentáculos". Eles não acharam "grande graça" na planta, e debateram-se para fugir-lhe, e quanto mais o faziam mais eram esmagados pelo "abraço" dos tentáculos da planta de que tentavam fugir. Se persistissem esta tê-los-ia de facto sufocado. Por outro lado, se, apesar do medo que sentiam da planta, descontraissem o corpo, ela soltava-os imediatamente, ficava imediatamente quieta, permitindo-lhes aceder à camara dos segredos. - Lutam e a planta activa-se abraçando-os mortalmente; entregam-se e a planta fica passiva libertando-os.
Analogamente, a "força de gravidade" dos nossos buracos negros é aliviada quando simplesmente nos entregamos ao próprio buraco negro... deixando de os alimentar com a nossa resistência. Permitimo-nos sentir o que sentimos, mas sem reagir e sem julgar. Simplesmente sentir, respirar, e acompanhar as nossas sensações, emoções e pensamentos. Constatar e continuar a observar a nossa própria resistência, o buraco negro (ou planta mágica) que nós criámos para não aceder ou para dificultar o acesso a determinada experiência da vida e de nós própios.
Mantém-te a observar e investiga: o que está realmente em causa aqui? O que me move aqui? O que me retém aqui? O que é verdade, falsidade e meia verdade aqui? O que eu não estou a querer ver em mim e nesta situação?
Deixa que os insights venham ter contigo! Continua a respirar e a sentir o teu calor e outras sensações, deixa-te reconfortar pelo bater do teu coração, pelo toque da tua mão, pela tua curiosidade em experimentar testar este processo/exercício, pela tua respiração (cada vez mais confortável e profunda) e continua.
Não fiques pela "babujinha", mergulha fundo dentro de ti para bem alto emergires! E uma nota breve para a viagem: lembra-te que o que aparentemente contradiz, pode de facto contradizer ou simplesmente complementar - cada vez mais vejo que complementa! Contudo, seja como for, é na VERDADE que a tua confiança, segurança, auto-estima e valor próprio vingam.
Devagarinho ou repentinamente, o buraco negro perde a força do seu magnetismo, o seu abraço mortal, e permite-te "pousar" na câmara dos segredos, onde o que tu temes e que também anseias (embora possas estar consciente apenas de uma destas partes: a que quer ou a que rejeita) aguarda-te. E verás que vale a pena aproveitar para expandir cada vez mais essa ala imensa e luminosa!
E assim tomamos posse de mais uma parte de nós, de mais um campo de experiência, de um pouco mais de vida, dentro e fora de nós. Resgatamos recursos e força abissal. Trazemos a sabedoria, a auto-confiança, e a alegria que a própria experiência nos deu. Expandimos a nossa luz. Alimentamo-nos de luz. Somos luz. Somos mais vida e mais agentes de vida.
Em cada contracção dessas, em que degladiamo-nos contra uma experiência de vida e as sensações que nos invoca, temos a oportunidade de dar um pouco mais de nós próprios à luz, revelando mais dos nossos segredos - perante o amor, que vai sendo cada vez maior, mais profundo e mais claramente inesgotável, não há de facto razões para ter segredos, perante nós própri@s, os outros e a vida! Tudo o que existe é significativo, e simplesmente pode ser usado ou manifestar-se de forma consciente ou (ainda) inconsciente... E nestes ires e vires, nestas voltas e contra-voltas da espiral evolutiva , é isso que expandimos, que conquistámos às nossas trevas: Consciência - amor e sabedoria. E quanto mais expandida é a consciência, menos extremadas são as polarizações.
Um dia, não interessa quando, se formos fieis a cada contracção e a cada expansão que lhe segue - e antecedeu, que os ciclos são assim; e felizmente também crescemos e expandimos a nossa capacidade de viver quando entramos em "camaras" de nós próprios e da vida com pura alegria e nenhuma resistencia - sentiremos de facto que nascemos enquanto seres humanos que também são filhos de Deus!
E o trabalho e graça do trabalho prosseguem, em cada contracção e expansão, inspiração e expiração da Respiração Divina.
Que assim seja,
pelo Bem Maior de Todos.
A tod@sAquele abraço renovado e caloroso
Margarida Santos