O sol transita os últimos graus de Virgem nos céus, signo que pintamos nos temas natais com cor de areia. Engraçado como as cores, e as referências que usamos para as nomear, acabam por dizer muito como quem não diz nada… assim é o poder e o mistério dos símbolos e dos arquétipos.
Depois da intensidade fogosa do leão, no pico do Verão, o sol toma agora uma cor mais pálida, como a areia – e esta dependente do sol para ficar cálida ou fria. Assim, importa trazer vivo no coração aquele fogo criativo, sendo hora de aprender a direccioná-lo da forma que melhor serve o nosso aprimoramento pessoal, e o da própria humanidade a que pertencemos. Que o sol ilumine os castelos que construimos e desfazemos.
Um grão de areia no sítio “errado” pode ser um empecilho ou, no “sitio certo”, o pormenor que fez toda a diferença; e com o aumentar do número de grãos de areia, o que dizer do potencial “empecilho” ou “maravilha” !? “Certo e errado” dependerá do contexto maior, e da força e da orientação que lhes for dada…
Uma chicoteada de vento que me traz um grão de areia para os olhos, recorda-me de não deixar-me cegar pelos detalhes, não deixar-me alterar por críticas excessivas e frias, e contudo estar atenta ao pormenor que faltava Ver, Tocar e Incluir para que a Obra seja Prima (se não de Deus, ao menos de um Filho Seu…).
E o quão necessário é, por vezes, um pouco de solidão para serenar a mente e ouvir-me silenciosamente!
Muitos grãos de areia, constroem e torneiam costas, rias, lagoas… Contêm a água, são movidos por ela e/ou sepultam-na. Recorda-me a força dos grupos… Como a sua manipulação pode ser construtiva e/ou destrutiva. Podem constituir armas letais ou instrumentos poderosos da luz e da verdade. Tudo depende da consciência que os anima e direcciona.
A (in)Consciência de cada Indivíduo - a sua capacidade de cooperar com o seu irmão, em sintonia com ele e com todos, e ao mesmo tempo atento ao seu próprio papel; a sua capacidade de observar o movimento do grupo, e ponderar a tarefa que lhe cabe e o seu propósito no contexto maior. Na sua ausência, rege a (in)consciência de quem o dirige, e a (in)consciência do próprio grupo e de cada um. A qualidade do Todo depende da qualidade de cada um. Somos UM.
Que saibamos aproveitar bem estes últimos graus de Virgem, e todos os (de)graus e oportunidades da Vida, para conceber e dar à luz o melhor de nós próprios, em pensamentos, emoções, palavras e acções – por cada um de nós, e pelo Bem Maior.
A tod@s
Aquele Abraço
Com Luz e Amor
Margarida Santos