"V" de Voo

A formação em “V”, que os bandos de gansos adoptam, durante as suas migrações,
permite aumentar o alcance do voo em 71%, relativamente ao que seria possível se voassem solitariamente.
Quando um ganso sai da formação, sente a resistência do ar e as dificuldades de voar sozinho, pelo que rapidamente volta à formação, usufruindo do poder de elevação oferecido por aqueles que estão à sua frente.
Os gansos enquanto voam em formação, grasnam para dar coragem e alento aos que vão na frente, para que assim mantenham a velocidade.
Quando o ganso líder está cansado, muda-se para o final da formação, enquanto outro assume a dianteira.
Quando um ganso adoece, fica ferido ou está cansado, devendo sair da formação, outros saem da formação e acompanham-no para ajudá-lo e protegê-lo.
Permanecem com ele até que morra ou seja capaz de voar novamente. E então alcançam o bando, ou integram-se noutra formação.
Fonte: http://www.scribd.com/doc/327016/Voo-de-Gansos


“V” de valentia, valer, valor,
veloz, ventura, vertigem,
ventre, verdadeiro, verso,
véu, viagem, vibração,
vida, vigília, vigor,
vislumbre, visão, vital,
vitória, vizinho, voo,
vocação, voltar, voluntário,
vontade, voz, volátil,
vulnerável, vulto


Sejamos Gansos, que partilham um voo, uma direcção, um propósito... que beneficia todos, tudo e cada um.

Tenhamos a valentia de voar juntos, apesar das diferenças e pelas diferenças.
Valendo-nos uns aos outros, velando-nos uns pelos outros, reconhecendo o valor de cada um, cada contributo, e o que resulta da sinergia, as qualidades que emergem do grupo: a velocidade, segurança, altura, harmonia, beleza, a alegria, companheirismo, motivação, aprendizagem, calor, ajuda, e alcance do voo.
Gozando a ventura de reconhecer a vertigem de deixar o ventre, e ultrapassá-la para partir em busca de si, do verdadeiro… da poesia que poderá parir um dia… Para com o seu próprio verso denunciar o véu, fazendo-o cair, com a graciosidade de quem revela amor…
soltando-se à viagem, elevando a vibração, sentindo o pulsar da vida em si, no bando, no mundo… no que vive, no que é...
Desperto, assumindo essa vigília que atenta sem julgar, perscrutando… com o vigor do amor, da sabedoria e da Aspiração a esse vislumbre de quem voa alto, de partilhar a visão de Deus, o projecto, o propósito... Monitorizando-se a si e aos outros, observando a sua energia, vitalidade, bem-estar… responsabilizando-se pelo seu papel na vitória maior…
o de Cumprir-se e Fazer Cumprir o propósito…
Representando, soprando uma deixa como ponto, escrevendo, encenando, coreografando, aplaudindo, motivando, enternecendo, comovendo, alertando, relembrando… cuidando do anfiteatro, substituindo o pano…
Voando juntos, em resposta a essa vocação que clama nesse grito urgente,
de tão silencioso e quieto e sereno e suave…
E com doçura voltar atrás, que é mais adiante…
voluntariamente,
oferecendo abrigo, alento, nutrimento, orientação…
até que descubra as suas asas, e as abra, abraçando o ar, o voo…
Voamos juntos neste céu imenso e frágil…
Este céu que voa também…
Este céu que também se quer arado…
Que vontade é essa que impera, quando somos alma?
A dessa voz que cochicha no silencio, ganhando vulto…
A nossa voz… que desvela o volátil da vida em forma e a eternidade do espírito informe…
Que desvenda as espirais da vida, as vias do céu e da terra…
Os ciclos, os ritmos, os tempos dessa inspiração e expiração Divina.
Denunciando,
reconhecendo,
resgatando,
integrando:
o forte e o vulnerável, o duro e o mole,
o cheio e o vazio, o quente e o frio,
o luminoso e o sombrio, o seco e o húmido,
o activo e o passivo, o dador e o receptivo,
o expansivo e o contractivo, o início e o fim…

Integramo-nos, resgatamo-nos, reencontramo-nos…
fluímos, sem resistir e criativamente…
Somos ar na respiração cósmica.
Com Amor,
Aquele Abraço
Margarida Santos

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