Parábolas


A jeito de Prefácio, quero partilhar um episódio histórico familiar, que espelha a minha mana, no seu melhor, e que a nossa mãe conta com profunda alegria e, claro, alguma nostalgia!
Representa uma manifestação deliciosa, do eixo caranguejo-capricórnio ;)
Perante a explicação terna da mãe, que lhe explicava tudo "tin tin por tin", muito bem explicadinho e com todo o cuidado, a criança ("5 reis de gente") insurge-se, indignada:
"-Mamã!! 'Tás-me sempre a explicar, não me deixas aprender!!??"

Outra manifestação interessante das dinâmicas no mesmo eixo:
~
Um Mestre Sufi contava sempre uma parábola no final de cada aula, mas os alunos nem sempre entendiam o seu significado.
- Mestre, - perguntou um deles, certo dia - tu contas-nos contos mas nunca nos explicas o que significam.
- As minhas desculpas. - disse o Mestre - Como compensação, deixa-me que te ofereça um belo pêssego.
- Obrigado, Mestre - disse o discípulo, comovido.
- Mais ainda: como prova do meu afecto, queria descascar-te o pêssego. Permites que o faça?
- Sim, muito obrigado. - disse o discípulo.
- E, já que tenho a faca na mão, não gostarias que eu cortasse o pêssego em pedaços, para que te seja mais fácil comê-lo?
- Sim, mas não quero abusar da tua generosidade, Mestre...
- Não é um abuso; sou eu que me estou a oferecer. Quero apenas agradar-te. Permite-me também que mastigue o pêssego antes de to oferecer...
- Não, Mestre! Não gostaria que fizesses isso! - queixou-se o discípulo, surpreendido.
O Mestre fez uma pausa e disse:
- Se vos explicasse o sentido de cada conto, seria como dar-vos de comer fruta mastigada.

Contos Sufi, em: http://contoseparabolas.no.sapo.pt/03outros/sufi.htm

Sem comentários: