Seleccionei um ou dois parágrafos, deste excelente artigo de José Malheiro (Público.pt), mas atrevo-me a recomendar-lhe que salte todas estas linhas e clique directamente http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1371479&idCanal=62, pois merece (e o artigo também) lê-lo na íntegra (e ser lido na íntegra), com atenção e vagar!
E para que a reflexão possa ser ainda mais profícua, vale a pena abrir mão (ainda que) por breves momentos, de todos aqueles conceitos absorvidos e esculpidos desde cedo, sobre a familia, o papel parental, a influência parental, sobre a moral, o normal... e até sobre o provável!
A norma de ontem, pouco descreve a norma de hoje... E o o que diz, a norma do grupo, sobre o especifico do indivíduo?
Como em tudo, na vida, para uma vida ainda mais plena, saudável e sábia, há que seleccionar o que assimilamos do que absorvemos, guardar o essencial, e eliminar tudo o resto... ou tudo o resto, acumulado, embarga a vida em nós. A vida não para, há um processo evolutivo maior a decorrer... há que mover-nos também, em contínua actualização.
A todos, um xi-coração
Margarida
Mãe há só duas
29.03.2009 - 09h02
José Vitor Malheiros - http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1371479&idCanal=62
Reino Unido vai permitir que as mulheres que recorrem a técnicas de procriação medicamente assistida possam indicar uma mulher como pai
"(...)
O psiquiatra Afonso de Albuquerque, no seu livro Minorias Eróticas e Agressores Sexuais, no capítulo intitulado “Os homossexuais como pais” refere que – “apesar de a relação homossexual não ser reprodutiva, cerca de 25 % dos homens gay e uma percentagem ainda mais elevada de lésbicas (65 %) têm filhos”. Muitos destes são fruto de relações heterossexuais anteriores ou relações ocasionais concomitantes, mas um número crescente destas crianças são fruto de PMA.
(...)
Há outra coisa que decorre da abundância de situações deste tipo: houve tempo para realizar estudos e estudos com grupos de dimensão razoável e com um recuo temporal considerável(...)
“Há muitos estudos feitos desde os anos 70, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos, sobre o desenvolvimento das crianças educadas por casais do mesmo sexo”, diz-nos Susan Golombok, directora do Centro de Investigação sobre a Família da Universidade de Cambridge e uma das autoridades mundiais em famílias lésbicas. (...)“E a verdade é que estas crianças – e estes jovens, porque nós seguimos as crianças até à idade adulta – não apresentam diferenças significativas em relação a quaisquer outras do ponto de vista do bem-estar psicológico, do comportamento, do ponto de vista do desenvolvimento do género, da identidade de género, quer, especificamente, do ponto de vista da sua orientação sexual. Não há mais homossexuais entre os jovens que foram educados por um casal homossexual do que na população em geral.”
(...)
Enquanto o debate não se generaliza e os políticos não abordam a questão legislativa, e independentemente da opinião que cada um tenha, é importante lembrarmo-nos de uma coisa: casais de homens gays e de mulheres lésbicas já existem. Homossexuais sós que vivem com um ou mais filhos, biológicos ou não, também. Casais de mulheres ou de homens com um ou mais filhos, filhos biológicos de um deles ou adoptados, também existem. O que se irá discutir um dia é apenas como lhes vamos chamar e se o seu estatuto será assumido com honestidade pelo resto da sociedade, ou se teremos de continuar a encontrar eufemismos para falar da situação familiar destas pessoas que vivem à nossa volta, que são os nossos familiares, os nossos colegas, os nossos amigos, os nossos pais e os nossos filhos."
Sem comentários:
Enviar um comentário