Luis Resina: Quadratura do Crash

Artigo do jornal Expresso: Quadratura do Crash
Entrevista com o investigador Luís Resina "olhou para os astros, para os livros de História e para os jornais e concluiu que a Bolsa e o petróleo trarão novas dores de cabeça ainda este ano".
Leia o artigo na integra: http://aeiou.expresso.pt//quadratura-do-icrashi=f527051

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A temida fasquia dos 10% de desemprego já foi ultrapassada em 12 concelhos portugueses. Este facto casa com a leitura que está a fazer dos astros?
Exactamente. As grandes multinacionais têm de abrir mão do seu império, mas isso tem de ser concertado a nível internacional para não haver concorrências desleais. Será necessário um governo à escala mundial.
Essa é uma perigosa visão Orwellesca do mundo.
Sim, é verdade. Os extremos tocam-se. Mas neste momento há um governo mundial na sombra, feito de grupos económicos e políticos.
Refere-se a grupos como o clube Bilderberg?
Por exemplo, sim. A alternativa só pode estar numas Nações verdadeiramente Unidas. O Homem é um ser quântico com capacidade para transformar as coisas e o dinheiro é uma ficção. O que o Roosevelt fez em 1930 quando as pessoas andavam à fome foi pô-las a abrir e tapar buracos, criando emprego. É daí que vem a expressão "tapar buracos". Temos que trabalhar para um bem comum e esse bem é o Planeta. Há que moldar as leis económicas à ideologia. Os políticos devem ter uma visão humanista e ecológica para que possam mostrar caminhos.
Têm de ser Politicians (políticos) e não Polluticians (políticos poluidores) como agora se diz.
Exactamente. O sistema económico tem de estar a favor da ideologia, mas desde 1700 que é ao contrário. Nesse aspecto, Marx tinha alguma razão (e eu não sou marxista - risos). Chamaram lunático ao Agostinho da Silva mas ele disse que todo o ser humano devia ter condições mínimas de sobrevivência. Isso é uma premissa básica nesta nova Era. Está a cair um mundo antigo para se erguer um novo que acentua os valores do humanismo.
A moda da responsabilidade social nas empresas será uma semente desse humanismo?
Não creio. As empresas viram aí mais um mercado, mas continuam a pautar-se pela mesma filosofia que é a da exploração. Quando estiverem ao serviço de uma ideologia nacional (que, por sua vez, esteja ao serviço de uma ideologia mundial) então sim. É preciso ter uma filosofia do bem comum. Se pagam um ordenado mínimo e querem que uma pessoa esteja 12 horas por dia ao seu serviço, estão a reduzir as pessoas ao homem-máquina dos filmes do Chaplin.

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